Encare o gasto com saúde como investimento
Para o cara sair barato, encare o gasto com saúde como investimento
Existem duas grandes deformidades culturais no Brasil quando o assunto é Saúde.
A primeira, ainda bem, está sendo deixada de lado. Que é o costume de procurar um médico apenas para tratar alguma coisa. Apenas quando surge algo. Apenas quando precisa.
Talvez influenciados pelo exemplo de países desenvolvidos (não são só as coisas ruins que copiamos), estamos cada vez mais deixando de procurar atendimento médico apenas quando estamos doentes e estamos procurar muito antes, justamente para evitar doenças.
A Medicina Preventiva é cada dia mais realidade e o aumento geral, não só na longevidade das pessoas, mas também na produtividade e tempo útil, é algo cada vez mais consolidado.
Por outro lado, ainda pecamos muito na cultura de gastos com Saúde.
Possuimos o maior e melhor sistema de Saúde pública do mundo, mas sabemos que ele não é suficiente.
Por essa demanda, surgiu a dependência que as pessoas, com alguma condição, tem dos convênios e planos de saúde.
Mas, muitas vezes, são essas pessoas com uma condição mais privilegiada que reclamam dos gastos com médico ou procedimentos.
São essas pessoas que não sabem muito bem como funciona a relação médico/operadora. Normalmente, quanto mais benefício o paciente possui a sua disposição, mais o médico é explorado.
Grandes responsáveis por essa precarização, como donos de convênio que alegam que “médicos são uma mão de obra extremamente qualificada e extremamente barata”, ou políticos que falam sem medo que “médico é igual sal: branco, barato e tem em qualquer lugar”, não tem medo de escancarar esse descaso com a classe médica.
Enquanto existirem pessoas que não vem problema algum em gastar 5 dígitos em uma bolsa mas acham um absurdo gastar em uma consulta com especialista, a deterioração da qualidade do atendimento médico tende a ser exponencial.
Pessoas mais qualificadas e mais caras perderão espaço para quem fornece o “mesmo serviço” por um valor muito mais em conta. Mas cada vez mais essa disparidade de valor acompanhará a disparidade na qualidade do atendimento.
E quem perde é todo mundo.
Médicos e pacientes.
Eu e você.
Dr Rodrigo Santos Martinez
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