Consultório Rodrigo Martinez

Obesidade

A obesidade é uma doença crônica, que afeta um número elevado de pessoas por todo o mundo. Devemos entender que considerar uma pessoa obesa doente não configura preconceito. As pessoas sofrem sim preconceito por serem obesas, mas separar as coisas é extremamente importante. Uma pessoa obesa precisa entender que tem um problema de saúde que pode acarretar inúmeros outros. A onda do politicamente correto que vivemos hoje em dia permite que algumas pessoas exaltem a obesidade como uma forma de beleza e quebra de padrões, o que além de errado pode ser extremamente perigoso – e principalmente para a pessoa obesa.

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal e pode acarretar graves problemas de saúde e levar até à morte. Segundo dados do IBGE, no Brasil existem cerca de 27 milhões de pessoas consideradas obesas. Somando-se o total de indivíduos acima do peso, o montante chega a quase 75 milhões. A obesidade já é considerada uma epidemia mundial.

A obesidade pode ser diagnosticada através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Ele é feito da seguinte forma: divide-se o peso (em Kg) do paciente pela sua altura (em metros) elevada ao quadrado. De acordo com o padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quando o resultado fica entre 18,5 e 24,9 kg/m2, o peso é considerado normal. Entre 25,0 e 29,9 kg/m2, sobrepeso, e acima deste valor, a pessoa é considerada obesa. (sabemos que o IMC não é a forma mais precisa de cálculo de obesidade ou composição corporal – mas ainda é o mais simples e o mais utilizado).

Pode-se, de acordo com o IMC, classificar o grau de obesidade do paciente em: obesidade leve (classe 1 – IMC 30 a 34,9 kg/m2), moderada (classe 2 – IMC 35 a 39,9 kg/m2) e grave ou mórbida (classe 3 – IMC ≥ 40 kg/m2). Essa classificação é importante na escolha do tipo de tratamento, quando deve ser clínico e/ou cirúrgico.

A obesidade é fator de risco para uma série de doenças. A obesidade é uma doença inflamatória. O indivíduo obeso é, antes de mais nada, um indivíduo inflamado. O acúmulo de gordura no tecido adiposo, principalmente quando formado na região visceral, relaciona-se a problemas inflamatórios e desordens metabólicas como diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemias, aterosclerose e outras doenças cardiovasculares. Nesse contexto, a resistência à ação da insulina e a hiperlipidemia seriam uma resposta ocasionada por processos inflamatórios. Segundo estudos, o processo inflamatório da obesidade é de baixa intensidade e tem relação com a quantidade de marcadores inflamatórios circulantes, citocinas e adipocinas, que são reguladores e mediadores de repostas imunes do organismo. Indivíduos considerados obesos tem níveis elevados de IL-6 (interleucina 6), PCR (Proteina C-reativa) e TNFα (fator de necrose tumoral), dentre outros.

São muitas as causas da obesidade, sendo uma doença normalmente multifatorial. Em uma pessoa geneticamente predisposta, os maus hábitos alimentares e sedentarismo podem precipitar o desenvolvimento da obesidade. Algumas disfunções endócrinas também podem levar ao desenvolvimento da obesidade. Por isso, na hora de pensar em perder peso, procure um especialista.

Para o tratamento da obesidade, médicos podem usar fatores de risco e outras doenças para terem a noção da gravidade da situação do paciente. Por exemplo, apnéia do sono, diabetes mellitus tipo 2 e arteriosclerose são doenças que indicam a necessidade de uso de medicamentos da obesidade já em pacientes com sobrepeso (IMC 25 – 29,9 kg/m2).

A prevenção passa pela conscientização da importância da atividade física e da alimentação adequada. O estilo de vida sedentário, as refeições com poucos vegetais e frutas, além do excesso de alimentos ricos em gordura e açúcar precipitam o aumento do número pessoas obesas, em todas as faixas etárias, inclusive crianças. O número de crianças obesas cresce cada dia mais, chegando em índices preocupantes.

A obesidade pode, também, mexer com fatores psicológicos, acarretando diminuição da autoestima e depressão. Está comprovado que relacionamentos sociais e romances são menos frequentes entre obesos, já que eles saem menos de casa devido à diminuição da autoestima. Agora, uma vez existindo o relacionamento, a obesidade pode interferir no relacionamento sexual. Ela está relacionada à redução da testosterona, o que pode levar a redução de libido e a problemas de ereção nos homens. Já nas mulheres, existe uma variação dos hormônios sexuais, podendo haver aumento dos androgênicos e diminuição dos estrogênicos, existindo a possibilidade de apresentar aumento de pelos, irregularidade menstrual e infertilidade. As chances de todos esses problemas se resolverem, apenas com perda de peso, são bem grandes.

Dr Rodrigo Santos Martinez
Ortopedista e Médico do Esporte

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