Quem define o que é estética?
Quem define o que é estética?
Seguindo no tema da resolução do CFM - tema que provavelmente vai permanecer em alta por muito tempo - surgiram e vão surgir cada vez mais perguntas sem resposta.
Quando alguém determina algo, acaba impondo sua vontade e tirando a liberdade de outro tomar determinada atitude.
Todo tratamento médico envolve risco.
Todo, sem exceção.
A quantidade de pacientes meus que já recusaram usar alguma medicação que eu receitei (e da minha confiança) porque leram a bula e não se sentiram seguros é enorme.
Quando um médico tem um caso e pensa num tratamento, ele precisa saber os riscos desse tratamento, os benefícios desse tratamento; e pesar os dois e chegar em uma definição se vale ou não usar daquela opção terapêutica.
E, na maioria das vezes, após expor isso ao paciente, o próprio paciente participa dessa decisão.
Ele, tendo entendido os prós e contras, pesa com o médico se interessa pra ele aquele tratamento.
É assim com uma lipoaspiração.
É assim com uma prótese de silicone.
É assim com diversos procedimentos de caráter puramente estético que envolvem diversos riscos.
Mas trazem o benefício estético ao paciente.
Quando se proibe a utilização de hormônios para fins estéticos, você não limita o boladão da academia.
Ele já fazia uso antes e vai seguir fazendo; com, seu ou apesar do médico.
Mas você limita pra diversos grupos onde o padrão estético pode ser um gatilho importante para outros problemas.
Pessoas obesas com dificuldade de emagrecer.
Pessoas com dificuldade para ganho de massa.
Nossa sociedade impõe padrões estéticos que pra muita gente é um divisor de água entre o bem estar mental e a depressão.
E impedir esse tipo de acolhimento é cruel.
Medicina é a arte de acolher.
Não podemos segregar quem precisa de apoio.
Os riscos existem para tudo.
Mas parece que alguns casos são menos interessantes que outros.
Por quê?
Dr Rodrigo Santos Martinez
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