Um estilo de vida saudável muitas vezes não é o suficiente

Um estilo de vida saudável muitas vezes não é o suficiente

Ano passado fomos todos surpreendidos com a notícia da morte do João Paulo Diniz, homem de sucesso notoriamente um praticante incansável de esportes.

Além da óbvia surpresa e comoção, isso me pegou de uma forma mais contundente porque frequentemente cruzava com ele na academia, e desacreditei quando li que ele tinha 58 anos. Essa diferença de 22 anos pra minha idade facilmente era reduzida pra 5-10, no máximo, pessoalmente. Cara estava inteiro e levava no corpo o resultado do seu amor e dedicação ao esporte.

Mas, infelizmente, ele levava no corpo uma condição que ia de encontro à sua rotina e contra seus treinos e competições exaustivas.

Um grande amigo meu, cardiologista, soltou uma frase impactante e certeira: “a diferença do coração de um atleta para um coração hipetrofiado, muitas vezes, é bem tênue”.

E sobre isso que eu gostaria de pincelar.

Não estou aqui pra fazer juízo de valores; muito provavelmente os médicos deixaram bem claro a realidade e os riscos, e ele optou seguir fazendo o que ama, mesmo sendo arriscado.

O ponto que queria reforçar aqui é que muitas vezes as pessoas se deixam enganar por uma falsa sensação que uma rotina saudável pode te trazer.

Existem problemas silenciosos. E problemas sérios. Não é de hoje e nem de ontem que muita gente jovem e, aparentemente saudável, tem morte súbita. E se for culpar vacina, melhor você sair daqui e ir comentar lá em algum post de qualquer terraplanista ou constantinos da vida.

O alerta que fica aqui, é: precisamos nos cuidar. Sempre. Mesmo “não tendo nada”. Mesmo fazendo exames de sangue e eles vierem “normais”. Mesmo o AppleWatch falando que seu eletro está ótimo.

A necessidade de avaliação e reavaliação é constante e imperiosa. Muita coisa pode ser evitada tendo um médico de confiança e uma rotina de cuidados.

Por isso mesmo, não seja aquela pessoa que pede pro seu médico “só um atestado me liberando pra fazer academia/natação/etc”.

Sem uma avaliação decente, ninguém está apto a nada.

E se seu amigo médico te fizer esse favor, é atrás dele que sua família vai correr atrás se acontecer algo.

Cuidem-se, mesmo não precisando.

Dr Rodrigo Santos Martinez