Cortisol e Emagrecimento
Ao longo dos anos, o cortisol, hormônio produzido nas glândulas adrenais, ganhou a fama de vilão. A bem da verdade, seu papel fisiológico passa longe do de vilão, sendo necessário para uma boa saúde, bom condicionamento físico e perda de gordura. Ele pode sim, se tornar destrutivo, mas sob circunstâncias específicas, por exemplo quando é cronicamente elevado ou continuamente suprimido.
Vamos revisar alguma pontos sobre o cortisol para entendermos melhor:
1 – Pode promover tanto o armazenamento quanto a liberação de gordura
O cortisol, assim como a insulina, aumente a atividade da Lipase Lipoproteica (LPL), principal enzima de armazenamento de gordura.
Por outro lado, ele também aumenta a atividade da Lipase Sensível a Hormônio (HSL), principal enzima de queima de gordura. Na verdade, a HSL é melhor descrita como uma enzima de liberação de gordura do que uma enzima de queima de gordura, já que a gordura liberada ainda precisará ser metabolizada em outro lugar do corpo, de outra forma corre o risco de ser armazenada novamente. Elevações agudas no cortisol ajudam a queimar gordura. Elevações prolongadas no cortisol podem causar alterações nos neurônios simpáticos que levam a um aumento de produção de neuropeptídio Y (NPY) – que liberado de neurônios simpáticos periféricos estimulam o crescimento de adipócitos. Elevações crônicas do cortisol, especialmente na ausência de construção muscular, pode levar à perda de massa magra.
2 – O cortisol se comporta de forma diferente dependendo da associação que acontecer
Quando o cortisol é associado a insulina, pode causar o armazenamento de gordura. A insulina e o cortisol juntos aumentam a LPL muito mais do que qualquer hormônio isoladamente, e a insulina ainda suprime a ação do cortisol na HSL. Isso significa que a insulina acentua o efeito LPL do cortisol e diminui o efeito HSL, aumentando o armazenamento de gordura, assim como simultaneamente diminui sua liberação.
A insulina, por sua vez, afeta de forma negativa a metabolização de gordura diretamente, diminuindo esse processo através da supressão indireta de uma importante enzima chamada CPT-1.
O cortisol também aumenta a resistência insulínica, fazendo com que o corpo libere mais insulina para realizar suas funções, levando a um aumento no armazenamento de gordura e reduzindo a sua liberação.
3 – Associado com HGH, catecolaminas e níveis mais baixos de insulina, o cortisol atua aumentando a perda de gordura
Isso ocorre porque a combinação desses hormônios aumenta a velocidade de liberação de gordura e sua metabolização. Esse estado pode ocorrer em jejum de curto prazo e exercícios de alta intensidade curta duração.
Reduzir o cortisol durante o exercício não é sábio, mas suprimi-lo após o exercício pode ajudar no equilíbrio homeostático do corpo. Comer logo após a atividade física, relaxar após atividades intensas, e o uso de determinados suplementos proteícos (BCAA e whey) auxiliam nesse objetivo.
4 – O cortisol pode causar desejos
Sob estresse, algumas regiões do cérebro podem ser ativadas, regiões chamadas de centros de recompensa de curto prazo. O cortisol interage com o NPY, estimulando o apetite. O cortisol está associado com o desejo por alimentos salgados, doces e gordurosos.
5 – Cortisol está associado a função tireoidiana
O cortisol sensibiliza os receptores tireoidianos ao hormônio da tireóide. Baixo cortisol atrapalha a sinalização normal da tireóide, podendo levar a hipotireoidismo. Altos níveis de cortisol diminuem a conversão de T4 em T3, e aumenta os níveis de T3 reverso. Isso pode causar diminuição da função tireoidiana.
Para um equilíbrio da tireóide, não pode haver picos muito altos ou muito baixos de cortisol.
6 – Fatores ligados a aumento do cortisol
– exercícios de alta intensidade e curta duração
– exercícios de moderada intensidade e longa duração
– períodos de jejum
– estresse
– privação de sono
– uso de corticóides (doses elevadas podem suprimir a produção)
– consumo de álcool e café
– resposta imune a infecção e inflamação
7 – Fatores ligados a redução do cortisol
– caminhadas
– sono
– relaxamento
– meditação
– massagem
– contato com animais de estimação
– alimentação
– chás
– magnésio
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